TEXTO BÁSICO
Texto básico > Introdução
O cafeeiro e as plantas em geral necessitam, para
o ciclo de vida, de dezesseis nutrientes essenciais, sendo três
(C, H e O) vindos do ar e da água, que compõem aproximadamente
95% do total do peso de uma planta, e os treze restantes divididos
em macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e micronutrientes (Fe,
Mn, Zn, Cu, B, Cl e Mo). Como os solos tropicais, via de regra,
são caracterizados pela baixa fertilidade, a nutrição
da planta com esses nutrientes deve ser através da adubação.
Estes nutrientes são importantes porque
exercem funções específicas na planta e podem
ser divididos em estrutural, constituinte de enzimas, e ativador
enzimático (Apêndice), que garantem adequado crescimento,
desenvolvimento e produção, além de aumentar
a resistência da planta ao ataque de pragas e doenças.
Caso os nutrientes não estejam numa concentração
adequada nos tecidos da planta, podem ocorrer sintomas de deficiência
ou toxidez, devido a uma série de alterações
significativas em nível bioquímico e celular. Em folhas
de café, esta deficiência altera os conteúdos
de alguns aminoácidos, ácidos orgânicos e açúcar
(Valência, 1967). Portanto, nas plantas deficientes ou com
toxidez, tem-se um comprometimento no desenvolvimento de todas as
estruturas de cres cimento da parte aérea (vegetativas e
reprodutivas) e das raízes.
Portanto, nota-se que os nutrientes desempenham
papel importante no ciclo de vida da planta e, conseqüentemente,
na sua capacidade de produção.
Em diversos estudos em lavouras cafeeiras instaladas
em vários estados brasileiros, têm-se constatado algumas
desordens nutricionais, basicamente referentes à deficiência
de nutrientes.
Neste sentido, Borges et al. (2001) constataram,
em 98 propriedades no Estado de Minas Gerais, região do Alto
Paranaíba, que o cafeeiro apresenta problemas nutricionais.
Os teores de nutrientes foliares estavam abaixo do nível
adequado, em 87 propriedades para Mg, 75 para P, 52 para K, 23 para
N, 18 para S e todas as propriedades com teor de Ca inadequado.
Ainda, em Minas Gerais, nos municípios de
Manhuaçu, Patrocínio, Guaxupé, São Sebastião
do Paraíso e Viçosa, foi desenvolvido um estudo pela
Universidade Federal de Viçosa, que avaliou o estado nutricional
de cafeeiros de lavouras de alta, média e baixa produtividades.
Foram colhidas 312 unidades amostrais (UA) de folhas em 168 lavouras
e identificados os principais problemas nutricionais em cada região,
confor me as classes de produtividade das lavouras. Em Manhuaçu,
destacaram-se Mn, por excesso, B e Cu, por deficiência; em
Patrocínio, B por excesso, Cu e Zn, por deficiência
e excesso; em Guaxupé e São Sebastião do Paraíso,
S, por excesso; e em Viçosa, B e Zn, por deficiência
e Cu, por excesso (Embrapa Café, 2002).
No Estado de São Paulo, num estudo em 10
lavouras de cafeeiro na região de Marília e Garça,
concluiu-se que as mesmas encontravam em processo de depauperamento,
com declínio da produção de 400 kg ha-1 ano.
Portanto, observou-se que as lavouras necessitavam de melhoria na
calagem, fosfatagem em profundidade e restabelecimento dos níveis
de magnésio no solo e adubação mineral equilibrada.
Costa et al. (1984), ainda em São Paulo, ressaltam que tem
aumentado o número de lavouras cafeeiras com teores foliares
de S abaixo do nível limiar, variando nos diferentes solos
analisados de 33% a 100%, perdendo apenas, entre os macronutrientes,
para o N.
Para a região Norte fluminense no Estado
do Rio de Janeiro, o teor foliar do cafeeiro em alguns nutrientes,
como P, Mg e B, apresentou teores marginais tendendo para a deficiência,
e o Fe apresentou teores excessivos(Andrade, 2001).
Para os micronutrientes, as deficiências
mais comuns no cafeeiro são Zn e B (Malavolta et al., 2001),
especialmente Zn (Gallo et al., 1970).
Neste cenário, estudos de nutrição
de plantas tornam-se fundamentais para diagnosticar os nutrientes
limitantes e o balanço entre eles, visando ao ajuste nos
programas de adubação.
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