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TEXTO BÁSICO

Texto básico > Sintomas de deficiência dos nutrientes em mamoeiro

Embora para culturas anuais a diagnose visual tenha pouca importância prática, em culturas perenes, como mamoeiro, é uma ferramenta adicional para o manejo da adubação, pois reflete desequilíbrios nutricionais que podem ser corrigidos no mesmo ano agrícola. Os resultados experimentais utilizando a técnica da omissão de nutrientes, e seus efeitos no mamoeiro, concentram-se basicamente nos macronutrientes.

Em trabalho pioneiro Muñoz et al., (1966) estudaram a sintomatologia de deficiências de macronutrientes e do boro em mamoeiros do Chile, utilizando a espécie Carica candamarcensis Hook. No Brasil, outro estudo com os macronutrientes, exceto o S, foi desenvolvido por Cunha & Haag, (1980). Posteriormente, foram descritos os sintomas de carência de Mn e Mo (Agarwala et al., 1986) e de Zn (Nautiyal et al., 1986) que constam da Tabela 1.

Tabela 1. Alterações provocadas no mamoeiro por deficiências minerais

Nutriente Descrição dos sintomas visíveis
   
N
Os primeiros sintomas de deficiência iniciaram aos dez dias após a omissão do nutriente, com perda das características das folhas novas com cor verde claro e tomando uma coloração verde de folha madura. Em seguida, desenvolveu-se clorose generalizada desde as folhas inferiores até as superiores. Em estado mais avançado da deficiência, todo o limbo foliar adquiriu uma coloração amarelo-ouro com abscissão prematura das folhas. O crescimento da planta foi reduzido em altura, no tamanho das folhas e diâmetro basal do caule. (Muñoz et al., 1966)
Inicia-se com uma leve clorose das folhas do terço inferior. A seguir, acentua-se a clorose chegando às quedas das folhas. As folhas mais novas presentam limbo pouco desenvolvido e o pecíolo mais delgado. (Cunha & Haag, 1980)
 
P
Os primeiros sintomas de deficiência começaram aos dezoito dias após a omissão do fósforo, com o aparecimento de uma cor verde-escura nas folhas mais jovens que logo passou para as inferiores. As folhas apresentavam-se mais grossas e duras. Com o tempo a deficiência nas folhas inferiores tornaram-se cloróticas, semelhante a deficiência de nitrogênio. Os pecíolos adquiriram uma coloração avermelhada devido ao aparecimento de pequenos pontos vermelhos e ainda houve queda prematura de folhas. O desenvolvimento da planta foi bastante reduzido, apresentando um caule fino com internódios curtos. (Muñoz et al., 1966)
Clorose generalizada das folhas basais seguida da queda das mesmas. Em folhas em fase final de desenvolvimento, inicialmente a clorose é localizada em alguns lóbulos, os quais apresentam bordos necrosados e enrolados para baixo. (Cunha & Haag, 1980)
 
K
O início da sintomatologia na planta ocorreu aos 15 dias após a omissão do potássio. Os sintomas iniciaram com clorose na margem das folhas do terço médio. Sobre esta zona clorótica apareceram manchas arredondadas escuras, que ao se unirem formaram "queimaduras" marginais. A "queimadura" estendeu-se para o interior do limbo até as nervuras principais, tomando a folha inteira uma coloração parda-escura com enrolamento dos lóbulos para cima. Os pecíolos tornaram-se verde amarelados e posteriormente, ocorreu a queda das folhas. Um segundo sintoma que se desenvolveu paralelamente a este foi o aparecimento de áreas cloróticas internervais nas folhas mais novas, mantendo-se verde as áreas próximas às nervuras. Este sintoma apareceu até a sexta folha a partir do ápice. Um terceiro sintoma surgiu nas folhas inferiores, com aparecimento de pequenos pontos brancos ao longo das nervuras e posteriormente apareceram as "queimaduras" já descritas. (Muñoz et al., 1966)
Aparecimento de áreas cloróticas internervais e marginais contornando todo o limpo foliar. Pontos necróticos esbranquiçados nas cloroses internervaise castanhos nas extremidades dos lóbulos com clorose marginal. Queda de folhas menos acentuada do que nos casos de deficiência de N e P. (Cunha & Haag, 1980)
 
Ca
Os sintomas de deficiência de cálcio iniciaram aos 28 dias apos o início da omissão deste elemento, com aparecimento de necroses nas extremidades das folhas mais jovens do ápice. As folhas um pouco mais velhas que as anteriores apresentavam seus tecidos internervais com aparência desidratada e com um brilho oleoso desde a base até as extremidades. Na página inferior destas folhas surgiram pontos aquosos por onde de exudava um líquido branco que posteriormente cristalizava tomando uma cor avermelhada. A seguir, estas folhas apresentavam manchas necróticas nos bordos, com enrolamento dos lóbulos para cima. As folhas secavam porém, não se destacavam da planta. As folhas inferiores apresentavam-se cloróticas e em algumas delas as nervuras adquiriram uma coloração avermelhada. Nestas folhas surgiram pontos avermelhados que correspondiam, na página inferior, com pontos de exudação. Os lóbulos destas folhas enrolavam-se para cima com posterior queda das folhas. Os autores salientam que a deficiência deste elemento foi a mais acentuada entre as demais. (Muñoz et al., 1966)
Inicia-se com clorose marginal com poucos necróticos nas folhas. Internódios curtos, folhas murchas pecíolos inclinados para baixo e folhas com nervuras principais arqueadas. No limbo das folhas novas aparecem áreas translúcidas, tornando-se esbranquiçadas com a necrose. Pequena queda de folhas. ( Cunha & Haag, 1980)
 
Mg
Os sintomas de deficiência surgiram aos 18 dias após o início dos tratamentos. O primeiro sintoma de deficiência foi leve clorose internerval nas folhas situadas no terço médio do caule. Posteriormente nessas folhas apareceram manchas cloróticas em todo limbo, que posteriormente se transformaram em áreas necróticas arredondadas. Outro sintoma que ocorreu nas folhas médias foi o aparecimento de manchas de cor verde escuro, assemelhando-se a tecido desidratado, que avançam desde a ponta dos lóbulos até a base das folhas. Com o prosseguimento da deficiência, as margens da folha enrolaram para cima, dando à folha o formato semelhante a uma colher. O pecíolo tomou uma coloração verde claro, adelgando-se na zona de inserção com o limbo e posteriormente com a queda prematura das folhas. Nas folhas do terço superior, o primeiro sintoma foi uma clorose internerval, permanecendo uma linha verde ao longo das nervuras principais. A continuação da deficiência produziu uma desidratação internerval que se transformou em manchas brancas e posteriormente necrose e queda prematura das folhas. (Muñoz et al., 1966)
Inicia-se com leve clorose generalizada das folhas. Clorose internerval com aspecto rendilhado e encurvamento para cima nos bordos das folhas. Pouco desfolhamento. Dentre os micronutrientes, o boro é o nutriente mais discutido no mamoeiro. Costa et al. (1976) observaram que a deficiência de B no mamoeiro provoca uma anomalia caracterizada pela deformação das frutas e secreção de látex do fruto. (Cunha & Haag, 1980)
 
S
Os primeiros sintomas de deficiência começaram aparecer aos 50 dias após a omissão do enxofre. As folhas novas, apresentaram cor verde claro passando para verde amarelado. As áreas próximas às nervuras principais, permaneceram verdes. Este sintoma não ocorreu nas folhas inferiores, afetando-se apenas as folhas novas. (Muñoz et al., 1966)
 
B
O começo da sintomatologia ocorreu aos 38 dias após a omissão do boro. As folhas novas tornaram-se de coloração verde escuro, semelhante à deficiência de fósforo. Ao mesmo tempo, ocorreu exudação de látex branco que após sua cristalização tomou uma coloração avermelhada, como ocorre com a deficiência de cálcio. Um segundo sintoma foi o aparecimento de manchas de coloração verde claro entre as nervuras principais das folhas situadas nos terços inferior e médio do caule. Estas manchas posteriormente tornavam-se amarelas. Um sintoma geral foi a consistência dura e rígidas das folhas, começando nas superiores e progredindo para as inferiores. (Muñoz et al., 1966)
A deficiência de B provoca uma anomalia caracterizada pela deformação das frutas e secreção de látex do fruto. (Costa et al., 1976)
 
Mo
A deficiência de molibdênio causa redução no crescimento da planta e clorose internerval de folhas velhas, que inicia na extremidade dos lóbulos. Com a evolução dos sintomas, as manchas cloróticas tornam-se esbranquiçadas e com depressões. (Agarwala et al., 1986)
 
Zn
A deficiência de zinco resulta em redução do crescimento do limbo foliar com o aparecimento de clorose irregular entre as nervuras de folhas intermediárias. As folhas novas e as do ponteiro permanecem normais. As margens das folhas com sintomas curvam-se para os intermediários tornam-se muito curtos, sendo umas das principais características da deficiências. (Nautiyal et al., 1986)

Texto básico > Sintomas de deficiência dos nutrientes em mamoeiro

 

   
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