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Maracujá

TEXTO BÁSICO

Texto básico > Exigências nutricionais do maracujazeiro

O maracujazeiro tem crescimento contínuo, indeterminado e vigoroso, especialmente a partir dos 90 dias, na chegada da haste principal ao suporte de sustentação, com fluxo de vegetação seguido por intensa floração e, assim, sucessivamente, até o acúmulo máximo de matéria seca pela planta, aproximadamente aos 240 dias após o plantio (HAAG et al., 1973).

Estes mesmos autores, trabalhando com alta população de plantas (1500 por ha) de maracujazeiro-amarelo, elaboraram a taxa de acúmulo de macros e micronutrientes da cultura. O maracujazeiro, no primeiro ano de cultivo, considerando a planta toda e a produção de frutos, extrai as seguintes quantidades máximas de nutrientes por ha: N=205kg; P=17kg; K=184kg; Ca=152kg; Mg=14kg; S= 25 kg; B= 296g; Cu=199g; Fe=779g; Mn=2800g e Zn=216 g (Figuras 1 e 2).


Figura 1. Marcha de absorção de macronutrientes pelo maracujazeiro amarelo (parte aérea e raiz), cultivado no campo, com população de 1500 plantas por ha (HAAG et al., 1973).


Figura 2. Marcha de absorção de micronutrientes pelo maracujazeiro amarelo (parte aérea e raiz), cultivado no campo, com população de 1500 plantas por ha (HAAG et al., 1973).

Normalmente, o acúmulo de nutrientes pela planta acompanha o acúmulo de matéria seca, e no caso do maracujazeiro, observa-se que, a partir de 120 dias o após plantio, tem-se extração de nutrientes ascendente e contínua, até atingir o máximo de acúmulo, aos 240 dias (Figuras 1 e 2).

Kliemann et al. (1986) observaram que o maior aumento na absorção de N, P e Ca ocorre no período da pré-frutificação, sendo que o acúmulo de nitrogênio e de potássio é mais intenso nos frutos, estabilizando-se no amadureciemento.

Cabe salientar que, embora haja diferenças em função do local da lavoura, o período da polinização à colheita do maracujazeiro é de 102 dias. Sendo que o máximo crescimento dos frutos e maior porcentagem de polpa (26%) ocorre aos 46 e 60 dias após a polinização, respectivamente (Vasconcellos et al., 1993).

Portanto, estes resultados dão informações importantes para o manejo da adubação em termos de exigências de nutrientes requeridos pela planta, ou seja, a dose a ser aplicada e a época em que são mais exigidos, tendo-se, pois, a definição da época de aplicação. Existem, porém, vários outros fatores que podem afetar essas características (solo x planta x fertilizante), ou seja, tipo de solo, manejo adotado de cultivo (irrigação, cobertura morta, adubação orgânica), variedade utilizada, população de plantas por área, forma química do fertilizante e o custo de aquisição. Assim, para a definição de um programa de adubação adequado, a experimentação na região onde será instalada a cultura, é de fundamental importância para garantir a máxima eficiência técnica e econômica da adubação.

LOPES et al. (1996) estudaram a marcha de absorção de macronutrientes, em mudas de maracujazeiro-doce, durante 40 dias, em solução nutritiva. Com relação à quantidade total de nutrientes na planta, verificaram um aumento ao longo das épocas, intensificado, principalmente, entre 30 e 40 dias para todos os nutrientes. Os maiores acúmulos de macronutrientes foram verificados na parte área das mudas. Para os micronutrientes, LOPES (2000) verificou que o B, Cu e Mn concentrou-se na parte aérea, ao passo que o Mn e o Fe na raiz. Observou-se ainda que os micronutrientes teve um acúmulo na parte aérea na seguinte ordem decrescente Fe>B>Mn>Zn>Cu.

LOPES (1996) em estudo em mudas de maracujazeiro, sob diferentes substratos, cultivado em tubetes, notaram que as plantas com máximo crescimento apresentaram os seguintes teores médios de nutrientes na matéria da parte aérea: 4,1 g kg-1 de N; 0,60 g kg-1 de P; 1,90 g kg-1 de K; 0,80 g kg-1 de Ca; 0,34 g kg-1 de Mg; 0,14 g kg-1 de S; 17,80 mg kg-1 de B; 252,40 g kg-1 de Fe; 245,50 mg kg-1 de Cu; 112,50 mg kg-1 de Mn 53,30 mg kg-1 de Zn.

Com relação às quantidades de nutrientes extraídos pelos frutos do maracujazeiro, observa-se que a ordem de extração é a seguinte: K>N>Ca>P>Mg>S>Fe>Mn>Zn>B>Cu>Mo. Estes resultados são importantes por representarem as quantidades de nutrientes exportados pela colheita, especialmente potássio e nitrogênio, o que auxiliará no manejo da adubação de manutenção que deverá ser realizada no 2o, 3o e 4o anos de cultivo da planta (HAAG et al., 1973).

Cabe destacar que, normalmente, a exportação de nutrientes pode variar em função de diversos fatores edafoclimáticos e da variedade do maracujazeiro. Neste sentido, tomando-se como exemplo uma lavoura com produção razoável de 30 t ha-1, nota-se que o maracujazeiro extrai alta quantidade de potássio e nitrogênio, conforme comentado anteriormente (Tabela 1).

Em sistema de produção que visa a utilizar os resíduos (casca do fruto) da indústria de processamento do maracujá, podem economizar-se fertilizantes, como K, Ca, S e o Mn, que estão presentes em maiores quantidades na casca, quando comparados à polpa (VASCONCELLOS et al., 2001).

Tabela 1. Exportação de nutrientes pelo maracujazeiro, baseado numa produção de 30 t ha-1

Nutrientes HAAG et al. (1973) PAULA et al. (1974)
  kg ha-1
N 57,0 57,6
P 18,9 11,7
K 108,6 122,4
Ca 8,3 11,4
Mg 4,9 7,5
S 5,0 3,9
  g ha-1
B 45 78
Cu 78 42
Fe 108 639
Mn 222 165
Zn 126 385
Mo - 0,6

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